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10 de março de 2011

Capa da revista Época aborda tema gay



A capa da edição de março da revista "Época" chama atenção. A bandeira gay com a cor vermelha se derramando em referência ao sangue de milhares de homossexuais mortos por homofobia. A chamada, "Amor e Ódio aos gays", pega o gancho da atual festa que acontece no país. "No Carnaval, o Brasil aceita, imita e consagra os homossexuais. Por que, no resto do ano, há tanta violência?", questiona.
A reportagem, assinada por Katia Mello, Carlos Giffoni, Maurício Meireles, Martha Mendonça e Marcelo Rocha, faz um bom resumo dos recentes casos de homofobia ocorridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre eles, o de Alexandre Ivo, de 14 anos, assassinado brutalmente no dia 21 de julho do ano passado, por ser homossexual. Até o momento, os três suspeitos pela morte de Alexandre, descritos como skinheads, respondem pelo crime em liberdade.
Quanto a liberdade que gays e lésbicas adquirem no Carnaval, a reportagem conversou com Carlos Tufvesson, coordenador especial de Diversidade Sexual do município do Rio, que acaba de lançar a campanha "Rio: Carnaval sem preconceito".
"Muitos dos homens que saem de vestido e maquiagem nos blocos de Carnaval vão agredir homossexuais no resto do ano ou mesmo quando tirarem a fantasia", afirmou Tufvesson. Na mesma linha de pensamento seguem declarações de Maria do Rosário, atual secretária dos Direitos Humanos. "Esses ataques são crimes de ódio e não podem se consolidar como uma prática cotidiana. Isso é inaceitável", disse.
De modo geral, a reportagem da "Época" deve ser vista como positiva à comunidade LGBT. Afinal, aborda um crime que é visto por milhares de brasileiros como mais um ato de violência e não como um crime de ódio. Angélica Ivo, mãe do adolescente gay de 14 anos morto no Rio, é a prova de que nossa sociedade não tem conhecimento do mal que a homofobia causa aos homossexuais. 

O PLC 122/06 - que criminaliza a homofobia em território nacional - deve ser discutido com seriedade. Não se trata de uma lei que proíbe "piada contra gays" ou que "incita a homossexualidade", e sim um direito, assim como os dos negros, de ir e vir sem ser discriminado, agredido ou morto, por sua cor ou orientação sexual.


Fonte: A Capa

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